Entendendo o Transtorno Opositivo-Desafiador (TOD)

Entendendo o Transtorno Opositivo-Desafiador (TOD)

O Transtorno Desafiador de Oposição, mais conhecido como Transtorno Opositivo-Desafiador (TOD), vem se tornando um diagnóstico mais comum nos dias atuais devido a disseminação e acesso mais fácil ao conhecimento nos sites de procura e redes sociais, embora seja um diagnóstico antigo – a mais de 30 anos descrito com essa nomenclatura e a mais de 100 anos com relatos de casos semelhantes.   

O TOD se caracteriza por crianças de comportamento difícil, que não assumem suas responsabilidades, não admitem seus erros, são desobedientes e hostis, sempre se indispõe com os colegas da escola ou familiares e convencê-las é uma tarefa árdua, mesmo que a lógica mostre o contrário. A baixa resiliência e a alta intolerância a frustrações conduzem a reações agressivas, raivosas, impensadas e sem controle emocional.  

Qualquer criança ou adolescente pode apresentar momentos de raiva, hostilidade e recusa a colaboração, mas nas crianças com TOD essa conduta inapropriada é constante, o que acaba levando a um círculo vicioso onde a criança é discriminada por colegas e familiares, sofre bullying, é expulsa de círculos de amizade e até da escola em casos extremos. Alguns pais acabam optando por não sair de casa com a criança por seu comportamento difícil. Entre os irmãos, acabam sendo preteridos e são muito criticadas pelos pais e professores por não apresentarem as atitudes adequadas.  

A criança com TOD costuma ser diagnosticada entre 6 e 12 anos de idade, e em até 50% dos casos há associação com Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH).  

Hoje, temos evidências de que o TOD tem componentes genéticos, no entanto fatores psicológicos e do ambiente social em que a criança ou adolescente está inserido é o principal fator de risco para o desenvolvimento da doença. 

Procurar tratamento para crianças com TOD é fundamental, já que essa condição pode prejudicar o rendimento escolar e levar a problemas de aprendizagem. Quando não tratado, pode evoluir para transtornos comportamentais mais graves, como o transtorno de conduta ou da personalidade antissocial. Além disso, o adolescente com TOD tem mais risco de abuso de drogas, delinquência e transtornos de ansiedade.  

O tratamento do TOD é multidisciplinar e depende de 3 pilares: 

  • Psicoterapia comportamental: para a criança e para os pais que precisam aprender a se impor de forma adequada para conduzir a situação de maneira eficaz;
  • Suporte escolar: as escolas (professores, diretores e psicopedagogos) precisam estar preparadas para saber lidar com a criança de modo efetivo;
  • Medicação: aconselhável em casos mais severos, mas nunca de forma isolada, e sempre prescrita por médico apto, em geral o psiquiatra infantil.

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